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Um pouco sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

Psicóloga Amábile Borges


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) entende que não é a situação vivenciada pela pessoa que faz com que ela se sinta de determinada maneira, mas sim o modo como a pessoa interpreta essa situação é que a faz se sentir de uma forma específica (Aaron Beck, 1964). Para facilitar o entendimento de como a interpretação pode alterar o jeito como nos sentimos e nos comportamos, vou dar um exemplo bem simples.

 Vamos apontar que a situação seja: começar a chover. Diante de tal situação eu poderia pensar que: 1- “a chuva irá deixar o clima mais úmido e regar as plantas do meu jardim”. Ao me deparar com esse pensamento, eu poderia me sentir alegre e eu poderia aproveitar para empurrar um vaso da varanda para mais perto de onde cai a água da chuva. Se eu pensar de outra forma: 2 – “a chuva deixa o dia nublado, escuro, sem sol”, eu poderia me sentir triste, em consequência dessa forma de enxergar a chuva e poderia fechar as janelas e as cortinas para não ver o tempo lá fora.

Menina feliz na chuva.
Menina feliz na chuva.

Portanto, para a TCC os pensamentos (cognições) influenciam a forma como nos sentimos e como nos comportamos. E essa forma de terapia trabalha com essas cognições e também com os comportamentos. É natural que as emoções oscilem e que nem sempre estejamos nos sentindo bem. Contudo, algumas formas de pensarmos podem, muitas vezes, não condizer com a realidade ou podem corresponder, mas não serem úteis, nos trazendo mais frequentemente emoções desconfortáveis e formas de agir que prejudiquem a nós mesmos ou as pessoas do nosso convívio. Nesses casos é importante buscar alterar essas cognições de forma estrutural, por meio das técnicas.

É importante destacar que a Psicologia entende o ser humano como biopsicossocial e histórico. Isso significa que somos compostos por componentes: biológicos, psicológicos, sociais e históricos (aspectos que envolvem tanto a história de vida pessoal: as vivências, experiências individuais, quanto o período histórico mundial no qual o sujeito está inserido ). Desta forma, é fundamental que o psicólogo entenda o contexto cultural, socioeconômico e todos os elementos anteriormente citados, para compreender o indivíduo, avaliá-lo e poder contribuir com ele considerando sua integralidade, suas particularidades e necessidades únicas.

Apesar de existirem aspectos em comuns na ciência psicológica, a escolha de uma abordagem profissional é necessária, porque cada linha da Psicologia apresenta teoria específicas, que fundamentam a prática e a técnica a serem desenvolvidas com os pacientes. Cada teoria tem uma epistemologia, visão de ser humano e diferentes formas de condução da prática psicológica.

O profissional justifica o raciocínio clínico por meio da teoria escolhida e não pode haver misturas de teorias, constituindo infração ética. O Código de Ética da Profissão de Psicólogo também diz que o tempo de sessão é definido pela abordagem profissional, além de que, cada técnica tem uma especificidade e o que é permitido realizar por meio dela. Por exemplo: a linha da Psicologia Corporal permite massagear o paciente, enquanto essa prática não teria nenhum fundamento em uma abordagem Psicanalítica.



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